Perfil do uso indiscriminado de anticoncepcionais orais por acadêmicas da área da saúde do município de Montes Claros/MG
Palavras-chave:
Anticoncepcionais, Educação Superior, Estudantes, Mulheres, Saúde da MulherResumo
Os anticoncepcionais orais são amplamente utilizados pelas mulheres. Mas, a praticidade permite o uso indiscriminado desse método contraceptivo e consequentes riscos à saúde da mulher. Acadêmicas da área da saúde devem saber informar e utilizar esse método, opondo-se à realidade de equívocos associados ao uso desse medicamento. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência e as características envolvidas no uso de anticoncepcionais orais em acadêmicas de graduação em cursos da área da saúde de um centro universitário norte mineiro. Tratou-se de um estudo transversal e analítico, e foi utilizado um questionário semiestruturado autoaplicável. A coleta de dados foi realizada de forma online, utilizando o WhatsApp, por meio do sistema Google Forms. A população relacionada à coleta de dados foi de 31 acadêmicas matriculadas nos cursos de Medicina, Fisioterapia e Enfermagem, no primeiro semestre de 2023, em um centro universitário do município de Montes Claros - MG. O instrumento de estudo foi um questionário autoaplicável, que avaliou o perfil das acadêmicas que fazem uso da pílula e fatores sociodemográficos, como sexo, idade, curso e período em que está matriculada, comportamentais e clínicos. Avaliaram-se fatores comportamentais por: consulta prévia para prescrição do medicamento e acompanhamento médico, indicação do método, regularidade e forma correta do uso da pílula. Em relação às acadêmicas entrevistadas, 61,3% tomavam a pílula anticoncepcional, com faixa etária predominante entre 18 e 23 anos, correspondendo a 90,3%, sendo o 3º o período curricular mais frequente com 64,5%. Dentre o grupo das entrevistadas, 51,6% não utilizam outros métodos para impedir a gravidez e 83,9% relataram que a prescrição foi feita por um médico. O motivo mais frequente para a opção pela pílula contraceptiva oral foi contracepção, com 67,7%. Notou-se que 64,5% não apresenta patologias como hipertensão arterial sistêmica (HAS), trombose venosa, diabetes mellitus, endometriose e síndrome dos ovários policísticos (SOP). Com relação à adesão ao medicamento, 45,2% responderam que faziam uso todos os dias, mas nem sempre no mesmo horário. O contraceptivo oral mais prevalente foi o Iumi®, representado por 25,8%. Além disso, 51,6% relata acreditar que haveria efetividade do medicamento mesmo se ocorrer vômito ou diarreia. Assim, apesar de apresentarem maior acesso a informações confiáveis acerca da sexualidade, em decorrência do contato proporcionado pelos cursos de graduação na área da saúde, encontram-se inconsistências na forma de uso de métodos contraceptivos orais.
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