Baixo Centro, altos investimentos

reivindicações, capturas e cotidiano da ocupação na região central de Belo Horizonte/MG

Resumo

O seguinte trabalho parte das operações de requalificação do Baixo Centro de Belo Horizonte, que compuseram o plano urbanístico desenhado pelo poder público para área, visando, através da espetacularização da cultura, voltar a inserir a região na geração de lucros. Essa demanda, por parte da gestão pública, está fortemente ligada ao mercado financeiro e ao empresariamento urbano. Contudo, objetivou-se investigar aqui como se deu, de fato, a reapropriação do espaço público por parte dos citadinos, para além das relações comerciais. De tal maneira, utilizou-se da pesquisa de campo, na modalidade de observação participante, na intenção de analisar o fenômeno na perspectiva dos atores sociais para, assim, compreender os sentidos de suas ações. Pode-se notar, então, a existência de modalidades diversas de ocupação orientadas, tanto pela sociabilidade despretensiosa, quanto um histórico de ocupações politicamente reivindicatórias na localidade. Todavia, essa existência não se deu sem tensionamentos e tentativas de incorporação, de tais modos de apropriação do espaço urbano, por parte mercado.